sábado, 15 de janeiro de 2011

APRENDA COMO VIVER “DESAPOSENTADO”

O Brasil em 2005, segundo o IBGE, possuía 18.214.000 idosos.
Em 2008 já são mais de 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos!
O Distrito Federal, em 2005, possuía cerca de 120 mil idosos.
Em 2011 o número de pessoas com mais de 60 anos é de 177 mil!
No Distrito Federal 99% (noventa e nove por cento) dos idosos ainda vivem junto de suas famílias.
O que é um privilégio de poucos Estados brasileiros.
Precisamos lutar por políticas sérias, que efetivamente valorizem as pessoas idosas, criando oportunidade para eles possam exercer sua cidadania sem usar de assistencialismos ou paternalismos!
Neste fim de semana, lendo uma revista de palavras cruzadas, que é um ótimo exercício para a mente, encontrei em um artigo do escritor paranaense Domingos Pellegrini, que transcrevo na íntegra.
O título do artigo é DESAPOSENTAR:
“Um homem idoso chegou à praça com uma marreta. Endireitou a estaca que apoiava uma pequena árvore e firmou batendo com a marreta. Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra de arte. Não resisti e puxei conversa:
---O senhor é da prefeitura?
--- Não. Sou da Alice, faz quarenta e dois anos. Alice é a minha mulher.
--- O Senhor é que plantou essa muda?
---Não, foi a prefeitura. Uma árvore velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa estaca aí. Olha que beleza, já está toda enfolhada. De tardezinha eu venho regar...
--- Então o senhor gosta de plantas.
--- De plantas, de bicho... Até de gente eu gosto meu filho!
--- O senhor é aposentado?
--- Não. Sou DESAPOSENTADO! Quando me aposentei, já tinha visto muitos colegas aposentar e murchar que nem árvore!
            Fez uma pausa, respirou fundo, e continuou:
--- Mas então, eu já vi muitos se aposentarem, colocar chinelos, bermuda e vivendo dentro de casa, frente à televisão. Vagabundando e engordando! Até que um dia enfartou ou o derrame os levou, Tudo por não fazerem nada, a não ser falarem em doenças...
     Pegou uma tesoura que trazia à cintura, colheu algumas flores do jardim ao lado, olhou-me com olhar trigueiro e sentenciou:
--- Estas flores são para a minha menina, a Alice. Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flores para ela! Ah, ela também é aposentada. A minha Alice ajuda na escola de nossa neta, ensinando a merendeira a fazer doces com pouco açúcar e salgados com os restos de legumes que antes eram jogados fora. Ela também ajuda na creche, no hospital... A Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda, nem tem tempo para pensar em doenças!
Ele deitou o buquê em cima de um banco, e contou:
--- Para regar as mudas eu tenho que trazer lá de casa um balde cheio de água. Esses dias eu fui à prefeitura para pedir que colocassem uma torneira aqui na praça. Disseram que não, se não o povo ia beber água e deixar vazando. Argumentei que colocassem uma torneira com uma grade e cadeado, que eu cuidaria. Uma torneira pública sob os cuidados de um particular, não pode! Saí da sala antes que me fizessem preencher um formulário em três vias com firma reconhecida, para fazer o que faço aqui desde que DESAPOSENTEI.
É admirável ver alguém com tanta idade e tanta esperança e confiança na vida, falei sorrindo. Ele respondeu com fisionomia um tanto séria e um tanto com malícia:
---Se é admirável eu não sei, filho, só sei que é muito gostoso! Agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice para a gente caminhar. Vida de DESAPOSENTADO é assim: o dinheiro é curto, mas o dia pode ser comprido, se a gente não perder tempo!”

Fica aqui a sugestão: Não permita que o vírus CRTC o contamine, pois ele mata em cerca de dois ou três anos. Esse vírus é a rotina CAMA, RÁDIO, TELEVISÃO E CAMA! Vacine-se contra esse mal reintegrando-se na vida familiar e na comunidade, reativando assim a sua vida.

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