domingo, 27 de fevereiro de 2011

João Batista de Medeiros


Um pouco de muitas coisas



Poesias, Teatro, Contos e Crônicas

 







P R E F Á C I O



Esta coletânea ainda não é um livro.
É um PROJETO LITERÁRIO idealizado com o objetivo de provocar nas pessoas à vontade de organizar sua própria obra literária.
Use sua imaginação e transforme este conteúdo em um livro inteiramente seu.
Para tanto mude a capa, a forma de apresentação e até o nome do livro, deixando-o como se ele fosse criação sua, respeitando apenas o conteúdo literário.
Projete o livro do seu sonho, e o envie para: jbhelena@yahoo.com.br
João Batista de Medeiros

  

 



Poesias

 


 

                            IMAGEM QUERIDA



                           É tudo para mim, minha vida.
alegria, felicidade e tormento.
A tua imagem, meu amor, querida,
jamais me sairá do pensamento.

Tens corpo esbelto, rosto mimoso,
tez morena, sorriso adorado,
andar de gazela, jeito dengoso...
Angélico porte a ser amado.

Possuís todas as virtudes, és feliz,
és bela e tens um coração bondoso.
Deus criou-te, como este poeta diz:

Como a rosa, exemplo de perfeição,
e rainha do jardim mais pomposo,
és a rainha do meu coração.




MULHER HOJE


Ser mulher, hoje,

é ser guerreira e forte,
capaz de desdobrar gota por gota
o suor do seu corpo,
a energia de sua mente,
o ímpeto de querer,
a certeza de vencer,
e a confiança de chegar!

Para ela não basta ser
é preciso convencer,
provocar o amanhecer,
mandar o sol se esconder,
fazer a criança nascer!

Ser mulher hoje
é um grande desafio!
Precisam ter muito brio,
a força de uma tigresa,
elegância, porte, nobreza,
coragem, e a certeza
de seu destino superior:
Vencer, em duras batalhas
os preconceitos dos canalhas!
Demonstrando o seu valor!

A mulher, com seu vigor,
garra, fé e muito amor
chega sempre aonde quer
orgulhosa por ser mulher!
Deus, o seu criador,
deu-lhe todo esse valor
para ela vencer a guerra
e implantar aqui na terra
o seu Divino e puro amor!

                           
                           MULHER QUERIDA
Conheci uma bela mulher.
O amor e o encantamento foram imediatos!
Não, não estou aumentando os fatos,
foi assim mesmo que aconteceu!
Meu amor apesar de imenso, ainda cresceu,
chegando as mais divinas alturas!
Ela era a mais linda de todas as criaturas!

Amei tanto essa mulher, tanto, tanto,
que, ao lembrá-la contenho o pranto.
Ela ensinou-me a mar e a ser amado;
mostrou-me na vida que o amor é sagrado,
indicando-me o caminho a ser trilhado.
Essa mulher me deixou, faz algum tempo!
Mesmo assim a amarei pela vida afora!
Até já a perdoei por ter ido embora!

Essa deusa, essa mulher querida,
que encheu de luz a minha vida,
não atendeu aos pedidos meus
e apesar de minhas juras de amor,
deixou-me aqui triste e sofredor...
E foi viver nos braços de Deus!

Quanto daria agora para abraçá-la
e chorar envolto por seus braços,
oferecer-lhe milhões de abraços,
dizendo, com voz rouca, soluçando:
Dê-me a sua bênção, MAMÃE!

                           PAIXÃO ETERNA                        
                           Em um pagode encontrei
e nessa noite amei
uma mulher muito linda.
Foi uma noite de glória,
para ficar na história
de toda a minha vida!
Eu a amei de paixão!
Ofertei o meu coração
Esperando amor eterno.
Mas, tudo virou inferno!
Ela fingiu que me amava
e sorrindo, me enganava!

Mandei-a embora, por que:
A paixão eterna é pura ilusão!
A mulher perfeita não existe, não!
Mas, se for linda eu já gosto dela.
Se me olhar, eu me amarro nela!

Noutra noite no pagode
requebrando ela voltou
e bem dengosa perguntou:
Você, ainda me quer?
Quero ser sua mulher!
Dá-me o seu perdão?
   Agora estou decidida:
   Vou mudar a minha vida,
                          serei a tua eterna paixão!

Perdoei porque:
A paixão eterna é pura ilusão,
A mulher perfeita não existe não!
Mas, se for linda eu já gosto dela.
Se me olhar, eu me amarro nela!


LAGRIMA BEIJADA


Nem sempre a chuva cai.
Em certas ocasiões
ela desce de sua nuvem preferida
e montando nas asas do vento,
percorre todo o horizonte
indo bater nas vidraças
das janelas dos poetas.

Hoje aconteceu!
Gotas cristalinas jogaram-se
contra os vidros de minha janela
para mexer com minha mente.
As gotas formavam caminhos
descendo até o peitoril...
Lembrei de lágrimas descendo
de olhos femininos, quais pérolas,
enfeitando um rosto lindo.

Recordei daquela mulher
linda e maravilhosa
que um dia  me abraçou e me beijou,
e depois, olhando-me nos olhos, disse:
Eu te amo! E depois chorou!

Você já interrompeu
o correr de lágrimas femininas
com um beijo carinhoso?
Não? Então deixou de desfrutar
um momento maravilhoso!



GAROTA DO SHOPPING


Menina,
Você trouxe vida pra mim!
Entre todas do teu grupo
senti teu olhar discreto,
furtivo, tímido, suave...
Olhei para você
você me olhou,
minha pele arrepiou...

Garota,
eu quero você!
Nasceu em mim um sol interior,
uma grande esperança,
uma forte emoção.
Convidei-te para ficar...
Você concordou!

Princesa,
ao tocar tua pele,
sentir teu calor,
a maciez de teus lábios,
tua voz de prazer,
levou-me para o espaço!
Teu gemido de amor,
teu abraço tremendo,
trouxe vida pra mim!

Mulher,
ouça os meus ais!
Amei-te demais!
Você me amou!
Para mim e você
O mundo parou!
Peço-te, por favor,
torna-te o meu abrigo,
fica sempre comigo
minha primavera,
meu imenso amor!


LUA PRATEADA


Lua
Sob tua luz de prata
ao ribombar da cascata
canta o nobre Jacuí:
Foste o berço de Moema,
beijaste a nobre Iracema,
és a mãe de Imembuí.

Lua
És extremamente bela!
Tal qual uma donzela
no dia do casamento.
As estrelas são aias,
és rainha sem saias
que reina no firmamento!

Lua
Quantos em tua presença clamam
por alguém que tanto amam
e se foi para não voltar...
Muitos pedem alegria,
poucos pedem poesia...
Eu? Eu canto por te amar!



A ROSA DENGOSA


A roseira da minha vizinha
Mostrou, entre as grades
que separam nossas casas,
quatro rosas cor de rosa.
Orvalhadas pela brisa
balançavam, belas,
provocantes, perfumadas...

Qual poeta não se comove
na presença de belas rosas?
Hipnotizado por tamanha beleza,
emocionado, cometi o crime:
As violei tocando com minhas mãos profanas
as suas pétalas macias.
E em um ímpeto de encantamento
Trouxe-as junto a meus lábios
e penitencio-me, apoiando-as
sob minhas mãos as beijei ternamente!

Quando desfrutava do momento maravilhoso,
senti um toque suave.., Que surpresa!
Todas as pétalas de uma das rosas
caíram sobre a minha mão.

Emocionado, viajei nas asas da imaginação:

Comparei com uma mulher amada
que ao receber um toque carinhoso de seu homem,
cai, lânguida, em seus braços!




 A ROSA ADULTA


Caminhando pela estrada da vida
o acaso – sempre o acaso – colocou-me
ante uma linda imagem:

Entre os ramos e folhas de uma roseira
uma linda flor se mostra toda bela.
É uma rosa se tornando adulta.
As pétalas têm contornos perfeitos,
a cor é vermelha, radiante, belíssima!
Osculada pela manhã primaveril
reflete o sol nas gotas de orvalho.

Olhei extasiado e desfrutei
desse momento que os poetas
reconhecem como sendo a fronteira
entre os mortais e o limbo,
local onde moram e amam
os anjos e os arcanjos,
em simbiose perfeita com os
românticos e sonhadores!

Esse segundo de encantamento confirmou:

Mesmo nestes tempos em que,
por falta de amor entre os seres,
existe tanta violência, dores e lágrimas,
ainda sou capaz de me emocionar
Com a singela beleza de uma flor...



A ROSA E O BEIJA-FLOR


Aquela rosa magnífica
que me encantou há alguns dias,
agora a encontrei diferente.
O brilho que destacava a sua beleza
está sumindo.
As pétalas estão a murchar,
a cor está diferente,
não é mais uma rosa juvenil!

Ela tem agora uma beleza serena,
sem os arroubos da juventude.
Parece estar um tanto frágil...
O orvalho já não brilha tanto em suas pétalas...
Mas, o perfume ainda é o de uma rosa!

Meditava sobre o ocaso da flor,
quando um lindo beija-flor pousa nela.
Ele a beija suavemente sugando seu néctar!
Ela balança suave no caule,
parecendo muito feliz com a visita do pássaro!
O que prova que ela ainda é uma rosa!

A cena lembra as mulheres:
Elas vibram com a mocidade,
desfrutam da maturidade,
serenam com o envelhecimento...
Mas continuam sendo mulheres!


A ROSA DIVINA
                           
                           A linda rosa vermelha
                          que tanto me encantou
                          e emocionou diante de sua beleza,
                          Fez cair sua última pétala...
                          A recolhi e beijei ternamente
              aquele pedaço ainda perfumado
              da musa dos mais belos jardins!
              Guardei-a como relíquia.

             Em nova visita a roseira
             minha alma exultou emocionada!
             Cinco rosas vermelhas,
             exalando perfume e brilho,
             nasceram no mesmo ramo.
             O enlevo com o ocaso da rosa vermelha
             impediu-me de ver os cinco botões
             que brotaram, próximos a ela!

             Dias depois, ao visitar a roseira,
             a tristeza envolveu minha alma!
             As cinco rosas em formação sumiram!
             Emocionado, imaginei que elas
             teriam sido colhidas para formar
             um lido buquê para homenagear
             uma mulher muito amada!

             Ante roseiras, rosas e perfumes,
            pude desfrutar momentos de inspiração,
            encantamento, sensibilidade, amor e...
            Ter a sublime certeza da existência de Deus!

                         A M I G O S 
              
               Hoje acordei decidido a descobrir
               quantos amigos
               que tenho.

               Lembrei de pessoas que respeito,
               de algumas a quem quero bem,
               muitas que admiro,
               colegas de trabalho,
               vizinhos, conhecidos,
               pessoas importantes,
               criaturas humildes,
               outras interessante!

              Cheguei a conclusão que:
              Amigos de verdade mesmo!
              Aqueles de confiança total,
              irrestrita, absoluta,
              um quase irmão?

                      Contei, recontei,
                      e ainda em dúvida,
                      contei novamente
                      com a maior atenção:

                       Que surpresa:

                       Não encheu a minha Mão!


                       E S P E R A R
                       
                       Esperar por esperar
                       Não vale a pena esperar!

                       Quando a espera

                       for pela chegada da esperança,
                       então aguardemos ela chegar!

                       Quando se espera sem esperança
                       a espera é de desesperar!

                       Sempre esperei com confiança
                       e continuarei a esperar!
                       Paz, amor e esperança,
                       eu sei que vou alcançar!

                       Sei agora a importância de esperar
                       Confiando em um ser superior,
                       que nos ensinará a amar
                       e para a nossa vida dar mais valor.


À BOA VIZINHANÇA
Vou cantar minha cidade!
O meu jeito de morar...
Gosto de gente boa
que pratica a vizinhança!
Tem idoso, adulto jovem, tem criança,
homens e mulheres de confiança                                               
com quem gosto de conversar.
Nos fins de semana, o prazer,
a convivência fraterna,
sem barulho, sem baderna...
Um bom lugar pra morar.

Temos vários templos de habitar:
O Velho, o Novo
E a Vila Militar.
Cada um melhor que o outro
oferecendo paz e conforto
para quem gosta de bem morar.

O Gavião foi o primeiro!                                                       
Tem orgulho de ser pioneiro
E, dita comportamentos:
Nas quadras, muito valor!
À vida pacata do interior
com bons relacionamentos.

Ao cair da tarde as vizinhas
abandonam as cozinhas

e, em frente às residências,

trocam até confidências,
conservando as amizades.
Na sete, que mais conheço,
todos têm muito apreço
por sua tranqüilidade.

Como viram, meus amigos,
sou bairrista, sim senhor!
Pois sempre dou bom valor
aos que convivem comigo.
Falo de uma comunidade
que estimula amizade,                                            
entre os seus moradores.

Neste item também somos primeiros!                      
Então, já percebeu, companheiro,
que falo dos bons valores
do meu querido CRUZEIRO?

GERONTOLOGIA
        I D A D E
         Qual é a minha idade ?
         Não! Não estou preocupado,
         apenas um tanto confuso.
         Afinal de contas
         que importância tem a idade?
         Em minha certidão de
         nascimento diz:
         Nascido em fevereiro de
         um mil novecentos e
         trinta e três...
         Hoje, não sei a minha idade!
         Sinto recentes as imagens
         da minha infância...
         A escola, a namoradinha;
         o  primeiro emprego,
         o segundo, o terceiro...
         Mudei um pouco, externamente...
         Os cabelos ficaram brancos,
         as rugas apareceram,
         não jogo mais futebol!
         Aliás, depois que “cinquentei”
         nunca mais contei!...
         Mas, continuo buscando,
         lutando, perdendo, vencendo,
         vivendo...
         Interiormente nada mudou!
         Hoje sei mais, sinto mais,
         entendo mais...
         Que idade eu tenho?
         Não é importante
         ter uma idade!
         Basta amar e ser amado,
         respeitar e ser respeitado...
         Idade?
         Deixa isso pra lá...
         Eu sou eu e pronto.

         A VIDA

        Um amigo afirmou:

        Você parece feliz

        Com a idade que tem!...
        Não sente saudades
        Da juventude?
        Respondi sorrindo:
        Eu sofrer por não
        Ser mais jovem?
        Não. Apenas lembro
        Com alegria das
        Travessuras, encantos e
        Desencantos daqueles tempos.
        Por que sentiria saudade?
        Hoje sou muito feliz!
        Construí e mantenho uma
        Bela e unida família,
        A grande maioria da

       Sociedade compreende

       As minhas ações...
       Sinceridade, mas,
       Sinceridade mesmo?

       Nada tenho a reclamar da vida

       Por ter envelhecido...
       Apenas agradecer!
       Claro que foi bom ser jovem!
       Mas isso já passou.
       Eu vivi a juventude.
       Afirmo com convicção:
       Estou vivendo muito bem
       a Terceira Idade!

       Ainda mais agora

       que tenho consciência

       da minha cidadania,

       Meus cabelos brancos

       Param o trânsito quando estou
       Atravessando uma rua;
       Pessoas cumprimentam-me,
       Respeitosamente!...
       Meus amigos,
       estou de bem
       com a vida!
       E, tem mais uma coisa:

      Se o bom Deus deixar,
      viverei muitos anos assim!



      ENVELHECER
     
      Quando criança, ouvi minhas tias
      Falarem, enraivecidas:
      “Meu sobrinho, não queira ficar velho!
      Envelhecer é a pior coisa que existe! ”
      Essas sentenças ecoaram em minha mente
      Durante toda a juventude.
      O tempo passou e, ontem, olhei-me no
      Espelho grande do quarto.
      Que surpresa! Fiquei espantado!
      Cadê o jovem atleta? Onde está o garboso
      Mancebo de aspecto jovem de que tanto
      Orgulhei-me por anos a fio?
      Os cabelos estão brancos,
      As rugas se destacam no rosto,
      A pele está cheia de manchas!...
      Será que envelheci?
      Não me sinto velho!
      Continuo disposto,
      alegre e de bem com a vida.

      Minha expectativa em relação ao futuro

      é de otimismo!

      Gosto de me divertir, de cantar, de dançar...
      Não senti a velhice chegar...
      Será que chegou?
      Engraçado: tenho a figura de um velho,
      Mas não me sinto um velho!
      Só porque estou assim, será que devo
      recolher-me a uma cadeira de balanço
      e esquecer tudo?...
      Não! Isso não! Vou esquecer o espelho!
      Só lembrarei de frases semelhantes a esta:
      “A vida é boa para se viver com qualquer idade!”


       A VIDA É BELA


      Sei que jovem não sou...

      Mas velho, também não!
      Sou Idoso sim, meu irmão,
      a Terceira idade chegou!

      A vida me fez idoso
     de forma bem natural,
     nada senti de anormal,
     achei até bem gostoso!

     Digo agora que sou lindo,
     com uma beleza diferente!
     O importante, no presente,
     é que estou evoluindo.

     Já não vivo as incertezas
     de quando era bem novo;
     desfruto, igual ao povo,
     da vida, as suas belezas.

     Os anos que vão passando
     deixam-me bem consciente
     de que a vida é um presente
     que Deus está me dando.

     Não acredita quando digo
     Que vale a pena envelhecer?
     Pare e pense, vai entender:
     O tempo é nosso amigo!

   
      DOCES LEMBRANÇAS DE VOVÓ
                         
      Guardo doces lembranças
      de um ser angelical
      que encheu de amor a minha vida!
      Tinha os cabelos brancos,
      era gordinha e usava óculos...
      Tinha um sorriso lindo!
      Rugas no rosto? Nunca notei.
      Quanta saudade
      de minha querida e adorada vovó!...
      Sobre ela nada sei dizer ou escrever...
      Apenas me emocionar!
      Quem ainda tiver sua vovó
      andando lentamente pela casa,
      espalhando carinho e amor.
      Abrace-a muito, beijando-a ternamente!
      Diga que você a ama e
      que o seu amor será eterno!
      Quanto daria para receber
      novamente os carinhos e
      os beijos de vovó!...
      Dia 26 de julho, o dia da vovó,
      vou sair por aí chorando
      e abraçando com ternura esses seres,
      que são as legítimas representantes de Maria,
      Mãe de Jesus, aqui na terra!
      Pena que terei de ir a asilos,
      onde os netos que não sabem amar
      abandonam as suas vovós!...
      Nesse dia serei o seu neto
      e chorarei com elas!...

     Bênção vovó, onde a senhora estiver!
  


     VIVA A VIDA


     Nunca deixe te abater,
     não aceite a ociosidade.
     vai à luta pra vencer
     as tuas dificuldades.

      Quando o outono chegar
      em tua vida, irmão,
      não deve te abandonar
      vive a vida, dá a mão...

       Ergue a fronte a sorrir,
       segue em frente a caminhar,
       deve sempre prosseguir
       não deixe a vida parar.

       O tempo passa
       e sempre passará;
       a vida continua
       e continuará.
       Vamos viver,
       vamos dançar,
       vamos correr,
       vamos amar!...

       A vida é linda!
       Viva a vida!
       Vivaaaa!...
       Vivaaaaa...
       Vivaaaaaaa!!


ORAÇAO DO IDOSO

            Senhor Deus agradecemos a vida que temos hoje e como eternos pedintes que somos, solicitamos a Vossa ajuda para os idosos do mundo!
        Somos gratos, Senhor, pela família que temos, pelos filhos que merecemos, pelos netos que ganhamos e pelos amigos que conquistamos!
        Nosso muito obrigado por estarmos aqui, repletos de felicidade e envolvidos pelo teu imenso amor!
        Querido Pai, os cabelos brancos que hoje ostentamos, as rugas que marcam a nossa face, o corpo um tanto recurvado para frente e este sorriso que emoldura os nossos rostos, são diplomas obtidos na grande escola universal da vida!...             
         E, estes galardões, Senhor dos Mundos, colocam-nos na posição privilegiada de depositários de experiências e conhecimentos!
        Aceite, Bondoso Pai, o nosso preito emocionado e repleto de amor, e atendei o pedido que formulamos:
        SENHOR, AJUDAI AOS MILHÕES DE PESSOAS IDOSAS, COMO NÓS, A VIVEREM MELHOR, A SE RESPEITAREM, SE ENTENDEREM, E SE POSSÍVEL, SE AMAREM!
                                                AMEM!




 Teatro



A SAUDADE E O AMOR
(Peça em um ato)

AMBIENTE:
Recanto de uma praça, diante de um banco de jardim.
Ao fundo árvores e um poste de iluminação.
O homem (Amor) se prepara pra sentar quando a Saudade, uma mulher mal vestida, com cabelos em desalinho, olheiras fundas se aproxima e identifica o amor.

DIÁLOGO:

A SAUDADE:
--- O que? Você aqui? Não tem vergonha do que fez comigo? Veja o meu estado! Tudo culpa sua! Tenho chorado, tenho sofrido tudo por tua causa! Por que você é tão mau assim? Causador de tanta tristeza e amargura?
Responda, amor!
O AMOR – (demonstrando surpresa):
--- Falas comigo? Ah, Agora lembro-me. Você é a saudade!...
A  SAUDADE – (ainda agressiva):
--- Sim! Sou eu mesma! Que vergonha! Você, sendo o amor, deveria causar somente sensações gostosas, tornar as pessoas felizes, dando-lhes paz e alegria! Olhe bem para mim! Eu mereço isso?
O AMOR – (com ironia):
--- Ora saudade, percebo que não me conheces! Eu sou ótimo! Quem me tem perdoa, ajuda, compreende, tolera... Quem ama é uma pessoa feliz!... Eu nunca te magoei!
A SAUDADE – (mais agressiva):
--- Mentira! Você é perverso! Olha para mim, vivo suspirando, chorando, infeliz... Por tua causa!
O AMOR – (chateado):
--- Você está enganada, saudade! Está sendo injusta comigo! Se eu fosse tão mau assim como você diz, por que tanta gente gosta de mim, sonha me possuir?
A SAUDADE – (chorando forte):
--- Mas amor, todo mundo sabe que foi você quem me criou! Portanto você é o responsável por minha existência!...
O AMOR – (firme e compreensivo colocando a mão nos ombros dela):
--- Não, querida saudade, você está equivocada, convivo com você há muito tempo, mas não fui eu quem te criou!!
(Olha para platéia, fala e depois se volta para a Saudade).
Aliás, é bom que todos prestem atenção no que vou dizer para ela:
Querida Saudade, a responsável por tua existência é uma criatura muito má, a irmã do egoísmo e da hipocrisia! A tua mãe, querida saudade, é a paixão!
 Sou bem diferente dela!
 A paixão é arrebatadora, volúvel, inconstante... Eu sou o amor, quem me possui vive nas nuvens, sente-se igual aos anjos e aos arcanjos!...
(Dá um passo para trás)
A SAUDADE – (Enxuga as lágrimas, abraça-se ao amor e olhando nos olhos dele, diz):
--- Agora entendi a enorme diferença entre você e a paixão!... Agora estou convencida. Ela é passageira, fugaz... Você é bom! Você é eterno!
(ajoelha-se e abre os braços na direção do amor)
...ajoelhada me penitencio! Perdoa-me, por favor!
 (fala com vós dengosa e meiga):
AMO VOCÊ, AMOR!


A BORBOLETA VAIDOSA
(Peça em um ato)

CENA: Um jardim florido no meio do palco.
PERSONAGENS: Duas meninas, uma com fantasia de borboleta (dança e cheira as flores), e a outra com fantasia de lagarta (movimentando-se no meio das flores).
Narrador: Era uma vez uma linda borboleta que borboleteava ao redor de um canteiro de lindas açucenas e rosas perfumadas.
         Ao aproximar-se de uma linda flor percebe uma lagarta que se movimenta preguiçosamente, devorando uma folha.
Borboleta 1: (Fala assustada):
-         Bicho feio e horripilante! Quem é você? Qual o seu nome?
Lagarta:
-         Falou comigo, linda borboleta?
Borboleta 1:
     - Sim. Falei contigo, coisa feia, horripilante!
Lagarta: - Meu nome eu ainda não sei, pois estou à espera do momento de minha metamorfose... Esta é a minha última refeição. Depois vou tecer um casulo, entrar nele e dormir. Quando acordar é que saberei quem serei e qual será o meu nome.
Borboleta 1: (faz cara de nojo):
- Cruzes! Um bicho feio como você deverá se transformar na mais feiosa das criaturas!...
Lagarta: - Você não está me vendo de forma correta. Sou uma jovem e bela lagarta. Volte na semana que vem linda borboleta, aí então poderemos conversar de igual para igual.
Borboleta 1:(saindo de cena com raiva) :
- Que audácia! Uma lagarta feiosa dessas querendo se comparar comigo! Ora falar de igual para igual!
Produção: Apagam-se as luzes ou fecham-se as cortinas.
Narrador: - Alguns dias se passaram e a borboleta volta ao canteiro de flores...
Borboleta 1: (entra no palco dançando e pulando).
Narrador: - A linda borboleta procura a lagarta e não a encontra. Mas, quando borboleteava ao redor do jardim...
Borboleta 2: (Entra correndo e saltando. Aproxima-se da colega e faz um gesto de cumprimentos) :
-         Como vai a linda borboleta?
Borboleta 1: (Surpresa)
-         Vou muito bem, linda companheira, você não viu por aí uma horrenda lagarta? Ela habitava este jardim...
Borboleta 2:
- Vi sim. Mas eu não a achava feiosa. Gostava dela!... Você não se lembra de mim?
Borboleta 1:
 - Como iria lembrar se é a primeira vez que te vejo linda espécie!
Borboleta 2:
 - Ora, bela e vaidosa colega, você já me viu sim!Eu era aquela lagarta que você tanto humilhou e magoou! Sofri muito com as tuas palavras. Eu já sabia que me transformaria em uma linda borboleta, tão ou mais linda que você! Eu fui uma lagarta! E você também foi uma lagarta!
Borboleta 1:
-         Não venha me dizer que um dia eu fui uma feiosa lagarta! Juro que não acredito. Eu prefiro pensar que já nasci uma linda e maravilhosa borboleta!...

Borboleta 2:
-                     Lembre-se, linda e volúvel companheira, as aparências algumas vezes enganam. Jamais devemos utilizar a nossa beleza para nos sentirmos superiores às demais criaturas de Deus! Ainda há tempo para aprender, minha querida: Todos os seres da criação Divina são belos, depende da forma que nós as vemos!
(AS DUAS SE ABRAÇAM E SAEM DE CENA SALTITANDO)
Narrador: As duas borboletas se abraçam e saem por aí, borboleteando, a procura de outros jardins floridos.
Fim


D Ú V I D A S DE UM PRESIDIÁRIO
(Monólogo)

CENA: Uma cela repleta de presos dormindo. Vestem roupas listradas.
Um deles se levanta e, agarrado nas grades, fala para a platéia:
               
--- Por favor, podem me dar um pouco da atenção de vocês?
       
Não fiquem chocados com o que estão vendo. Eu sou um presidiário cumprindo uma longa pena!
Dou meus parabéns para vocês todos, por viverem em liberdade!
        Não sei se posso me dirigir aos presentes. Alguém pode até não gostar. Bem, já que vocês vieram, vou falar. Quero me apresentar: Meu nome é José, mas todos aqui me chamam de Zé. Não podem sequer imaginar como isto aqui é horrível! A gente não tem nenhum conforto. Como vocês podem ver – mostra o interior da cela – a gente dorme mal, come mal... Não temos nem cadeira para sentar. Ficamos em pé ou sentamos ou deitamos no chão. Os dias aqui são de completa solidão e inatividade! A única privacidade que temos aqui é o pensamento!...
         Aqui não somos gente, nem bicho! Pior ainda: somos apenas um número! Não somos mais seres humanos! Se continuar assim, vou sair daqui muito pior do que quando entrei!  É “mala” a gente agüentar tudo isso!
Cada um dos minutos que passamos aqui é igual há um ano inteiro!
Os dias e noites são iguais!
Os colegas de cela tossem muito, gemem, choram e roncam...
(faz careta de gozação).
         Bem, já que a gente está conversando, posso contar para vocês o que me aconteceu numa noite dessas? Não sei dizer com muita segurança se foi nesta semana ou na noite passada!

 - sacode a cabeça e olha para cima querendo arrumar as idéias – Vocês nem imaginam o que me aconteceu! Era alta a madrugada, o calor estava horrível, quase insuportável; todos respirávamos com enorme dificuldade, quando ele apareceu.
Peço perdão, mas eu não sei explicar direito o que aconteceu.
Só posso dizer que, quando abri os olhos levei um enorme susto.
Não enxerguei os meus colegas de cela. Tudo estava envolto em uma fumaça branca – até pensei que estava acontecendo um incêndio –                       Esfreguei os olhos e para minha surpresa, vi diante de mim uma figura majestosa. Era um homem idoso, mas jovial, estava rodeado de uma forte luz.
Aquele homem me fez lembrar de quando eu era criança, e minha mãe falava que Deus era um senhor idoso, com longa barba branca e que usava roupas brancas, que brilhavam muito...
Talvez vocês nem acreditem, mas naquela noite reconheci a figura que minha mãe falava, quando aconselhava a gente dizendo que um dia a gente estará na presença de Deus! Acreditem, achei que estava mesmo diante do Todo Poderoso!
         Imaginem a minha reação!  Tudo eram coisas além de meu entendimento!
Muito assustado, ainda, criei coragem e, gaguejando, perguntei:
         --- Se-se-senhor, perdão pela ousadia, mas o Senhor poderia me responder algumas perguntas?
Ele não respondeu, apenas sorriu.
Voltei a insistir:
--- Senhor, eu sou um homem igual aos outros; tenho duas pernas, dois braços, ouço, falo, penso... O Senhor é Deus? 
         Esperei por longo tempo, mas a resposta não veio. Mesmo assim, continuei a falar:
         --- Senhor, reconheço que sou um pecador, pois assaltei, roubei, enganei muita gente! Agora estou aqui nesta prisão, condenado pela lei dos homens há mais de 30 anos!
         Responda-me, por favor. Só mesmo o Senhor pode esclarecer as minhas dúvidas:
         O senhor se for a pessoa que eu acho que o Senhor é, também me condenaria a viver neste inferno por 30 longos anos?
O Todo Poderoso continuava a me olhar, com fisionomia séria, mas não respondia às minhas perguntas.
Mais uma vez insistí:
--- O Senhor poderia, por favor, me explicar porque eu nunca tive piedade de ninguém?
Tenho pensado muito nisso! Acho que se eu tivesse piedade pelas pessoas, não teria cometido tantos crimes...
Senhor desculpe a minha ignorância, mas ouvi alguns colegas aqui da cela falar que a piedade é um sentimento que torna as pessoas boas! Disseram até que esse sentimento, a piedade, amolece o coração da gente. Falaram que o Senhor teve um filho que morou aqui na terra, e era muito bondoso, tinha piedade de todas as pessoas...
É uma pena, mas o Senhor continua em silêncio. Talvez seja porque eu não mereço e o Senhor quer me castigar ainda mais!...
Senhor, eu penso que sou tão mau assim porque ninguém, até hoje, me ouviu com atenção para responder às minhas perguntas de uma forma simples, para que eu possa entender...
Fiquei desesperado quando notei que a figura iluminada e bondosa começava a desaparecer. Não me contive e gritei bem alto:
--- Senhor!... Senhor!... Senhooor!... Não vá embora! Não desapareça!
Antes de sumir, por misericórdia, me responda: será que um dia sentirei piedade de alguém!
Ele me olhou com bondade, seu rosto se iluminou e começou a falar.
Meu coração batia muito forte, parecia que ia sair pela boca. Olhei para seu rosto belo, iluminado...
 Com uma vós carinhosa, e olhando bem para mim, disse:
--- Meu filho, apesar de teus atos, tu és meu filho! Se um dia sentires piedade das pessoas, Eu...
Nesse momento um colega começou a gemer muito alto e a tossir forte. Não pude mais ouvir a vós Dele...
Não vi mais a figura majestosa. Olhei em torno e todos dormiam. Apenas eu estava acordado.
Nesse momento senti uma grande emoção! Pensei em bater no meu colega de cela que gemia e tossia, mas consegui me conter.
Não sei como me contive naquele momento tão importante em que Deus ia conversar comigo! Não sei explicar, mas fiquei com pena daquele infeliz.
Que coisa esquisita é sentir pena. Vocês já sentiram pena de alguém?           Mas, cá entre nós, será que um sujeito como eu, perverso que nunca tinha sentido nada em relação aos outros, poderia merecer a visita de Deus?
Não entendo nada dessas coisas de religião. Mas, um cara como eu ficar frente a frente com o Todo Poderoso?...
Vocês acham que Deus entraria aqui para falar comigo? Ou será que tudo isso foi apenas um sonho?
Vocês bem que poderiam me ajudar: Pensem muito: Vocês acham mesmo que foi Deus Nosso Senhor que entrou aqui nesta cadeia suja, só para falar com um sujeito como eu?
Teria sido mesmo a visita do Criador para me ajudar a deixar o crime?
Por favor, tirem as dúvidas deste presidiário: Aqueles que acham que Deus veio mesmo me visitar batam palmas...
--- Agradeço muito a atenção de todos vocês que bateram palmas.
Sinal que acreditam mesmo que foi Deus quem veio me visitar!...
Alguns dos presentes não bateram palmas.
Esses acham que não foi o Todo Poderoso que veio me ver!
Seria muita pretensão minha, conseguir unanimidade... Infelizmente as minhas dúvidas vão continuar!

- SOLTA UM LONGO SUSPIRO E DEITA-SE NOVAMENTE ENTRE OS PRESOS.

LOCUTOR: É uma pena, mas o prisioneiro oito mil e cem continuará atormentado por suas dúvidas!

(RUFAR DE TAMBORES ENCERRA A CENA).

FIM

 



TRAGÉDIA DE UM CAIPIRA


         Ambiente: Um bar em ambiente rural.

Personagens: 2 caipiras bebendo em mesinhas separadas, o dono do bar atrás do balcão enxugando um copo e um fazendeiro, bem vestido, sorridente e falando alto.

CENA:
O Fazendeiro entra em cena e com gestos exagerados      cumprimenta ao dono do bar, a platéia e dirige-se aos caipiras bebendo e fala:

Fazendeiro: Boa noite gente simples da roça! Tudo bem? Tudo na santa paz?
Caipira 1   Boa noite patrãozinho ! – levanta e inclina a cabeça.
Caipira 2  Nem olha na direção do fazendeiro – pega o copo e bebe, fazendo careta para demonstrar que a cachaça é forte, agindo como se nada estivesse acontecendo.
Fazendeiro: (Dirigindo-se ao caipira que não respondeu ao seu             cumprimento) E, então, meu bom amigo? Porque não respondeu? Será que a tua vontade de beber é tanta que nem mesmo permite responder a um cumprimento?!
Dono do Bar::Não se ofenda, Coronel. Ele é assim mesmo. Entra aqui, senta em uma mesa e bebe. Bebe muito! As vezes chora. Fala somente para pedir a bebida. Nem mesmo sei o seu nome...
Fazendeiro: (Dirige-se ao dono do bar e após vira-se para a platéia e fala): É uma pena! Logo um caipira, que é o símbolo da  alegria, da simplicidade, e da pureza de sentimento...Talvez o que esteja faltando para ele é um grande amor! Se ele estivesse apaixonado, amando como eu estou. seria diferente. Estaria alegre, feliz e de bem com a vida!
         Mas, pelo visto, ele nunca amou de verdade uma  mulher!
Caipira 2     (Levanta-se, coloca o chapéu de falha sobre o peito e caminha em direção ao fazendeiro. Olha bem para ele e começa a declamar.
Fazendeiro: (Inicialmente surpreso, depois emocionado, ouve a declamação atentamente).

Caipira 2 declama:    


Eu vô contá por sinhô
Porque vivo acabrunhado
Ansim, tão desajeitado
Inté descrente do amô.

Eu amei sim, meu patrão!
Ela era bem moreninha,
Ansim, bem pequenininha,
...mas, cheia de tentação!

Toda tardinha, patrão,
Quando da roça eu vortava
Na paiocinha ela tava
Me abanando cum a mão.

Mas certa tarde, patrão,
Eu vortava do trabaio
...isso foi num mês de maio,
Já bem no fim do verão.

Oiei lá pra paiocinha,
Tava toda fechada
Parecia abandonada
Pela minha cabocrinha!

Fui chegando, meu sinhô
Oiei da porta da salinha,
Num tava, nem na cozinha
...meu coração se apertô.

Garrei logo a imaginá...
Atirei no chão a inchada
E, tar uma besta inciumada,
Me parei logo a gritá:

Tu fugiu, cabocra amada,
Se tu saiu pelo mundo
Co miseráve Raymundo
Que tu seja amardiçoada!
Oiei pra virge Maria
Improrei pra mãe sagrada
Qui ela fosse amardiçoada
Quinté sua morte eu queria!

Foi nesse momento, sinhô
Qui eu iscuitei um gimido,
Um soluço compungido
Demonstrando muito dô.

Foi ansim, meu patrão,
Qui eu oiei lá pro quartinho,
Onde era o nosso ninho...
Hoje cheio de recordação!

A cabocrinha lá estava
Cum seus óios parados,
De lágrimas marejados,
Cheia de dô me oiava!

Nesse momento chorei
Currí logo pro seu lado
E, caindo ansim, ajoeiado,
Seu perdão eu improrei:

Perdão, cabocra, perdão!!...
Ela não me arrespondeu,
Seu pranto não mais verteu
E parou o seu coração!

Sim, ela morreu, meu sinhô
Levando a alma ferida
Pois a quem amou na vida,
Na morte lhe desprezô!

E, desde esse dia, patrão,
Nunca mais se assussegô
Este peito que pecô
E que ficô sem perdão.



Epílogo:

Fazendeiro: Abraça ao caipira e chora  com ele.
Dono do bar: Enxuga uma lágrima com as costas da mão.
Caipira 1 : Balança a cabeça, levanta-se  e abraçando-se a eles, também chora.


F I M



Contos e Crônicas



O PESCADOR DE JACARÉS

Nas férias de 2003, na segunda quinzena de dezembro, levei a família para passar uma semana em uma fazenda no município de Rio Verde do Mato Grosso do Sul, de propriedade do fazendeiro Salvador Beck, um gaúcho que migrou para o pantanal.
Claro! No pantanal só poderia acontecer a nossa participação em uma pescaria.
        A aventura foi preparada e formada por um grupo de seis pessoas da família.
Chegamos à beira do rio cerca de quinze horas de uma tarde quente. 
Os anzóis foram iscados e jogados na água.
Chamou a nossa atenção a presença de um jacaré, que nadou em direção às nossas linhas. Foi uma gritaria enorme. Quando afirmei que pescaria o jacaré, a turma disse que apostariam qualquer importância comigo.
Lamento ter não ter aceitado nenhuma das apostas!
O leitor pode até não acreditar, mas das seis linhas na água, o jacaré mordeu isca do meu anzol. Foi uma luta danada para puxar o bicho até a margem para dominarmos a fera.
O Jean, garotão de cerca de dezesseis anos, nascido e criado no pantanal, forte e metido a valente, pulou na água e, com cuidado, conseguiu dominar o animal e segurando-o pelo focinho usando as duas mãos. Gritou pedindo ajuda. Entrei na água e segurei a cauda e levantamos o jacaré até a carroceria da caminhonete.
A pescaria acabou. Rumamos para a sede da fazenda.
Foi uma festa só. Vieram todos da família para ver o produto de nossa pescaria. O fazendeiro foi o último a chegar, pois estava afiando uma faca para matar um leitãozinho, para comermos assado no passar da meia noite.
Muitas fotografias foram batidas. Depois que todos posaram para as fotos da pescaria, resolvemos soltar o jacaré, pois no Pantanal é proibido matar esse animal.
Coube a mim, que pesquei o bicho, soltá-lo de volta para a natureza.
Segurei o jacaré pelo focinho e pelo tronco do rabo. Quando iniciei a caminhada para liberta-lo... Você nem pode imaginar! Não é que o animal deu “rebolqueada” e saltou de minhas mãos!
Vejam o cruel do destino desse jacaré: eu ia passando junto ao panelão de água que fervia para ser usada para “pelar” o leitão.
Parece mentira, mas não é eu garanto! Pois o jacaré caiu dentro do panelão de água quente. Claro que o bicho, todo sapecado da água quente, pulou de novo e, ó destino cruel, se espetou na faca do fazendeiro que ia passando naquele exato momento para ir matar o leitão!
Foi uma lamentação geral. Todos com pena do pobre do jacaré.
Mas, para não termos de jogar a carcaça do animal fora, arriscando a uma multa do Ibama, fomos obrigados a prepararmos a carne dele e a saborearmos naquela passagem de ano que jamais será esquecida por mim, que fui obrigado a comer carne de jacaré, que peço que guardem segredo: É uma delícia!
Não me acusem de nada, pois sou um pescador que só conto verdades!

A TOCA DO CAMUNDONGO

         Conversando com dois de meus nove netos, discutíamos a respeito das dificuldades que a maioria dos adolescentes enfrenta na convivência com a família. A par de alguns argumentos apresentados, com os quais não concordei, procurei saber como seria uma família ideal, na visão deles.
         Após ouvi-los atentamente, dei minha opinião contando-lhes a história que inventei há muito tempo para tentar ensinar os meus filhos sobre a importância da convivência fraterna entre os irmãos e a família:
         “O rato Chiquinho vivia um problema muito sério. Todo dia precisava sair da toca para procurar alimento, apesar da ameaça de um enorme bichano, de garras afiadas, sempre com fome e de plantão à saída da toca!
         Em algumas ocasiões escapava por verdadeiro milagre! Quando conseguia sair, o bichano o perseguia pela casa toda. Era um tormento só!
Sempre que conseguia retornar, jurava nunca mais sair, mesmo que morresse de fome! Após esses apertos, dizia para seus pais que, apesar da toca ser escura, sem ar puro, com forte cheiro de mofo, era o seu paraíso!
Mas, depois de passado algum tempo, ele já esquecido dos perigos que corria lá fora, voltava a reclamar da vida, dizendo que a casa  onde nascera e vivia com seus pais era uma verdadeira porcaria! - ou seria uma “rataria”?
         Agredia os pais com a afirmação que os magoava muito.
--- Meus irmãos é que foram espertos, saíram desta toca e nunca mais voltaram! Não creio que o gato os tenha comido... Acho que encontraram coisa melhor longe daqui... Devem estar vivendo em algum paraíso e, o que é importante: sem  ouvir as xingações e as recomendações  que vocês me fazem todos os dias!.
Quando  crescer vou embora!  Vou viver a minha vida!...
         O papai camundongo argumentava:
--- Meu filho, esta “toca” é feia, abafada, mal cheirosa, mas é um local seguro, aonde jamais o gato poderá entrar! Aqui dentro não corremos perigo. Você garante sua vida! Fora daqui os perigos rondam e a insegurança impera. Somente aqui comigo e com sua mãe você estará seguro!

A mamãe camundongo completava:
--- No dia em que você for embora daqui para viver nesse mundo grande e perigoso lá de fora, tenho certeza que darás o devido valor a este local seguro, quente em que recebe o nosso amor, carinho, afeto e conselhos. Sim, conselhos, pois te queremos muito bem e desejamos a tua felicidade, por isso é que as vezes fazemos recomendações e até o recriminamos, sempre tentando ensiná-lo a viver  e para que tenhas um bom futuro!
Minha neta,  inteligente e linda como ela só - modéstia às favas - entendendo a minha historia,  disse:
--- Vovô, esse ratinho é o meu retrato de  alguns anos passados! Eu vivia reclamando de tudo e de todos aqui em casa! Agora que sou adulta e já trabalho como estagiária em um importante órgão público federal, as coisas mudaram. Em certos  dias  tenho ímpetos de largar tudo e voltar correndo para casa,  abraçar e beijar minha mãe, para sentir-me protegida!...
Há se esse ratinho soubesse os perigos a gente corre longe de nossa casa, distantes dos pais, ele ficaria a vida toda na toca onde nasceu!”
         Meu neto de 16 anos, olhou sorrindo, com olhar brejeiro, com um sorriso malandro, como que desaprovando os argumentos da história, mas nada disse.
         Não percebi que minha filha ouvia atentamente a história do camundongo e sua toca e aproximando-se abraçou-me, deu-me um beijo na face e passou a relembrar para os filhos  de quando  ouvira essa história pela primeira vez e falou:
         --- “Alguns jovens, costumam reclamar da casa onde moram, das orientações dos pais, além do desejo de ter outros irmãos,  diferentes dos que possuem. Alguns chegam a infernizar a vida dos familiares com comportamentos condenáveis e, quando o arrependimento chega, já é tarde, o tempo passou, o menino cresceu, os pais envelheceram e eles, os filhos, já estão longe de casa”.
          Falando francamente – dirigiu o olhar para os dois filhos - os tempos que virão para vocês, através de uma vida independente representada por casamentos, empregos em outras cidades, etc., criarão impedimentos quase insuperáveis para que consigam um dia retornar ao lar onde nasceram e viverem como quando eram crianças.
         Aproveitei o olhar terno de minha filha para com seus meninos e finalizei a história:
         O gato dessa história representa as dificuldades que existem para quem, inexperiente como o camundongo, precisa enfrentar, sem o aprendizado  adequado junto dos pais, a vida fora da casa paterna.
A minha filha colocou o braço sobre o meu ombro convidou-me para irmos até o quintal.
O objetivo do passeio era para agradecer-me a ajuda no sentido de melhorar a convivência familiar deles, confessando não ter se lembrado de contar para os filhos a história “A CASA DO COMUNDONGO”, que tanto a ajudara em sua juventude.

 Moral da história: Devemos amar aos pais e aos irmãos que temos, não aos que gostaríamos de ter!

         

UM HOMEM MUITO MACHO

         Esta estranha situação teria acontecido em um CTG no interior do município de Bagé, Rio Grande do Sul.
            Passo para vocês sem alterar uma vírgula:
“Era Domingo cerca de nove horas da manhã.O “Patrão” “mateava”, recostado em um “cêpo” na porta de entrada do galpão. Chamou sua atenção a chegada de um peão muito bem “pilchado” que desmontara do “pingo” a cerca de uns vinte metros de onde ele estava. Umas prendas, entre elas as duas filhas do patrão, deram uns gritinhos de “assanhamento” e gritaram para dentro da “bailanta”:
-- Gurias!! Venham ver que “baita macho” vem chegando!! Se apressem!!.
         O sujeito impressionava. Seu caminhar era compassado, firme, o chapéu de barbicacho trançado estava “quebrado”na testa, o “tirador” com enfeites de prata, a “guaiaca” de couro peludo e com fivela de prata; um revolver de cabo de madrepérola sobresaía de tal forma que a adaga prateada pouco se destacava, apesar do cabo ficar bem saliente.
         Na medida que se aproximava, ouviam-se suspiros das gurias “em ponto de casamento”, e, até as mais velhas arregalavam os olhos e ajeitavam o cabelo tentando aparecer.
         O “Patrão”do CTG sorveu o último gole do mate, roncando a cuia, colocando a dita cuja no suporte, ao lado da chaleira preta. Levantou-se para dar as boas vindas ao visitante, chegou a abrir a boca para falar quando olhou firmemente para a cara do “cuera”.
         Aqui cabe uma esplicação: o jovem media cerca de um metro e oitenta, ombros largos, cintura fina, cabelo tipo “melena”, queixo quadrado e testa grande, um respeitável bigode preto e bem aparado, de cor moreno claro.
         Quando o “peão”gritou o “ô, de casa!, chegando perto do Patrão, chegou-se diante do sujeito a Primeira Prenda Adulta, uma guria considerada até muito “gasguita” para ser a representante das prendas do CTG, e disse:
---“Buenas, tchê”! Seja bem vindo!!...
         O Patrão entrou para o galpão e chamou o “Agregado das falas” e disse:
---Tchê Malaquias, vai lá na frente ajudar a receber um “cuera teatino” que as gurias estão rodeando! Para o meu gosto, ele não merece estar usando as pilchas que veste!!
         Cumprindo as ordens recebias, lá foi o Malaquias apressado ao encontro do dito cujo.
         Alguns minutos depois o Malaquias sai da Secretaria do CTG, para onde tinha levado o gauchão. Traz um papel na mão, que logo se vê que é uma “ficha de sócio” já preenchida e que precisa da assinatura do Patrão, para que o novo sócio seja aceito.
---Tchê Malaquias, tu olhaste bem para esse “cuera”?! Tu achas que ele serve para frequentar o nosso CTG?!
---Olha, Patrão, falando francamente, ele até parece boa gente! Só não gostei mesmo foi do cheiro do perfume que ele usa, das sobrancelhas aumentadas com lápis preto, do rosto cheio de “ruge”... Sem falar nos brincos pendurados nas duas orelhas!!...
         Nesse momento vem chegando a primeira prenda, seguida da maioria das gurias. Parou em frente ao Patrão e disse:
--- Patrão, se o Senhor assinar essa ficha de sócio, aceitando esse... Sei lá o quê,  vou embora e não volto mais aqui!!
         As outras disseram o mesmo e acrescentaram mais algumas gentilezas contra o candidato a sócio.
---Mas barbaridade, gurias!! Porque vocês acham que eu saí lá da porta da bailanta? Quando vi o brinco na orelha dele logo percebi que se tratava de um desses "baita machos” que aparecem por ai!... Malaquias, de onde veio esse sujeito?!
--- Patrão, no lugar onde ele deve declarar de onde veio, ele escreveu: “...não sou gaúcho. Adoro vocês. Por isso estou aqui para realizar meu grande sonho: “dançar a chula” e, se me deixarem, aprender a ser homem!”


                                              

FIM






GLOSSÁRIO DOS TERMOS GAUCHESCOS:


C T G              : Centros de Tradições Gaúchas

PATRÃO         :  Presidente do CTG.
MATEAVA       : Tomava chimarrão (Mate)
CÊPO              :  Banco tosco ( uma tora de madeira)
PILCHADO      :  Vestido com roupas típicas do gaúcho
PINGO             :  Cavalo de montaria
PRENDAS       :   Moça gaúcha
BAILANTA       :  Salão de baile
BARBICACHO :  Alça que prende o chapéu em baixo do queixo.
TIRADOR         :  Peça de couro que protege a perna do peão Quando laça um animal
GUAIACA         :  Cinto largo típico do gaúcho
RONCANDO A CUIA : Barulho produzido pelo último gole do mate.
CUERA            : Um gaúcho qualquer.
MELENA          : Cabelo grande que cobre o pescoço.
PRIMEIRA PRENDA ADULTA : Rainha do CTG
GASGUITA       :  Guria assanhada, irreverente.
AGREGADO DAS FALAS: Relações Públicas – Orador.
DANÇAR A CHULA : Dança-desafio, sobre uma lança. Vence o
peão que conseguir mais aplausos da platéia.















            UM ESQUIMÓ RESFRIADO

Era o “Dia da Criança”. A escola estava repleta de bandeiras, balões e enfeites diversos. A festa começou com o Hino Nacional cantado por todos os presentes, seguido do hino à Bandeira e a canção “Criança Feliz”.
         Auditório lotado, crianças e visitantes sentados no chão por falta absoluta de vagas nas cadeiras.
         A diretora, Professora Helena, falou pedindo atenção para a presença de um convidado muito especial.
--- Nosso convidado de hoje é o Senador da República, Leomar Quintanilha, aqui do Tocantins. Ele esteve lá na Antártica, e contará uma linda história sobre o Pólo Sul.
         Espero que gostem, pois é a intenção da direção da Escola convidar pessoas importantes para participarem de nossas festas.
         Vamos receber com muitos aplausos o nosso querido Senador Tocantinense!
         Com muitas palmas, gritos e assovios, o Senador entrou acompanhado pela esposa e por duas professoras. Vestia terno e gravata.
         Sentou-se em uma poltrona confortável, de frente para os alunos.
         Após algumas tossezinhas, limpando a garganta, cumprimentou aos presentes, e com voz pausada começou a falar:
--- Estou muito feliz por ter sido convidado para conversar com vocês e contar uma historinha. Escolhi àquela a que dei o nome de “Um Esquimó Resfriado”.
        









Aconteceu quando da primeira viagem do navio Barão de Tefé, da gloriosa Marinha Brasileira, levando uma grande equipe de cientistas para participarem da ocupação territorial do continente gelado.
         Chegando a base oficial do Brasil na Antártica, o capitão do navio foi procurado por uma família de esquimós, que foram pedir ajuda para o seu filho caçula, que não suportava o frio do Pólo Sul. Explicaram que Mózinho nasceu com uma aparência de criança normal. A única dificuldade é que ele vivia tremendo de frio. Jamais saíra do iglu. Bastava falar que ele tinha de sair da casa que ele abria um berreiro que ninguém agüentava. Era a vergonha da família. Ora, imagine um esquimó, nascido na Antártica, que não suportava o frio!
         Os vizinhos ouviam a toda hora: Mãe-ê-ê! Quero mais coberta! Estou morrendo de frio!
         A pobre mãe não sabia mais o que fazer...
--- Senador posso fazer uma pergunta? – pediu um menino do Segundo ano, sentando bem em frente ao Senador
--- Pode sim, meu filho!
--- Porque a mãe do Mózinho não acendia uma fogueira dentro do iglu? Assim esquentava ele...
--- Ora, meu filho! O fogo derrete o gelo... Os esquimós moram em iglus, que são casas feitas de blocos de gelo. Toda a casa viraria água e apagaria o fogo!
         Ouviram-se muitas gargalhas dos alunos.
        










O Senador Leomar continuou:
         Como eu estava contando, o Mózinho vivia morrendo de frio. E, vocês sabem muito bem como são os meninos, viviam fazendo gozações com ele. Os pais dele o matricularam no colégio. Todo o dia, para ir à escola era um drama. Vestia tanta roupa que às vezes não conseguia passar pela porta do iglu!
         O capitão chamou a tripulação e contou o drama do menino esquimó. Todos concordaram em conhecer o menino. Para tanto pediram a presença dele e todos os membros da família, no dia seguinte, na base da representação brasileira na Antártica.
         Eram nove horas da manhã antártica, quando chegaram Mózinho, seus irmãos e os pais. Eram onze horas quando os pais e os irmãos do menino pediram para sair da base, alegando que fazia muito calor ali dentro. Mózinho pediu para ficar, dizendo que nunca mais sairia daquele calorzinho gostoso.
         O marinheiro Zenon Furtado Monte se ofereceu para adotar o menino. Após muita conversa, o capitão decidiu que o menino podia ser adotado.
         Os pais concordaram e, daquele dia em diante Mózinho passou a morar na base. Eles sofreram muito ao terem de se afastar do filho, mas como era para a felicidade dele, concordaram que ele fosse morar no Brasil.
         Quando o navio Barão de Tefé voltou ao Brasil, trazia um novo passageiro: Mózinho, o esquimó resfriado. Ele foi morar no Rio de Janeiro, em uma bonita casa onde tinha um quarto só para ele. Logo ficou amigo de seus novos irmãos, os carioquinhas filhos de Zenon e dona Hermana, sua esposa.
         Após um ano estudando em uma escola perto da casa dele, Mózinho entrou em férias. Os pais adotivos perguntaram se ele queria ir ao Pólo Sul para visitar seus pais, ele não quis ir. Alegou que, se fosse, morreria de tanto frio.
--- Senador, o senhor não acha que Mózinho é um filho muito mal agradecido? Coitada da mãe dele deve estar morrendo de saudade do filho! O senhor tem o endereço dele? Quero escrever uma carta para ele. Primeiro xingando; depois farei um apelo para que ele vá visitar a mãe! – falou Carmelita, uma adolescente sentada em frente.
--- Não, minha filha, não tenho o endereço do Mózinho. Nem poderia ter...  Estou de acordo com você. Acho que o menino está errado em não visitar a mãe...
--Mas, e se eu escrevesse para a Marinha, será que eles me informariam o endereço dele? – insistiu a menina, enquanto muitos alunos levantavam a mão, pedindo para falar.
         Já que tantos alunos estão demonstrando interesse em saber mais sobre o Mózinho, vou indicar quem poderia ajudar vocês.
--- Quem? – gritaram muitos.
--- As professoras desta escola! – as professoras se entreolharam espantadas com a afirmação do Senador Leomar.
         Perguntando para as professoras, vocês não vão conseguir saber o endereço do Mózinho, mas...
Descobrirão que, o Pólo Sul, a Antártica, não é habitada por esquimós. Portanto não existem esquimós morando lá!
         Esta história do Mózinho eu a inventei para contar hoje a vocês a fim de mostrar a realidade lá da Antártica.

         Ouviram-se muitos aplausos e risadas da criançada.  Nesse momento o Senador Leomar Quintanilha se levantou, abriu os braços e se curvou, para agradecer os aplausos e ao mesmo tempo abraçar muitas crianças.
         Logo a Professora Aldair, vice-diretora da escola, assumiu a palavra e explicou com detalhes que os esquimós somente habitam o Pólo Norte.  Que, na Antártica, vivem somente alguns poucos animais. Nesse ínterim, os alunos gritavam em coro:

Conta outra, Senador!... Conta outra!...

Assim foi comemorado o dia da criança em uma Escola Municipal no interior do Estado do Tocantins, que contou com a presença de um Senador da República como contador de histórias
SERIA DEUS “FEMININO”?
                                             
Um grupo de casais foi passar um fim de semana nas cachoeiras de Itiquira, no estado de Goiás. Todas as noites, após o jantar, reuniam-se para conversar.
         Em uma dessas reuniões surgiu uma questão que deu o que falar: “Quem nasceu primeiro, o homem ou a mulher?”.
Os homens responderam, em coro:
         ---.Ora, não se discute, está na Bíblia: O homem nasceu
 primeiro !
         Vera Terezinha, esposa do Paulo da Silva, levantou-se e sentenciou com convicção:
         --- Isso é o que vocês, homens, dizem! Talvez nem saibam, mas existe uma tese que afirma que Deus é feminino e, portanto, fez a mulher primeiro!...
         Aconteceu um tumulto. Todos falavam ao mesmo tempo, cada um defendendo seu grupo. Quando diminuíram as discussões, Vera Terezinha começou a falar:
        --- Não sei bem quem é o criador dessa tese, mas acho-a bem razoável. Segundo ela, a tese, Deus, um ser feminino, criou o mundo, os animais, a natureza e, em um momento de grande inspiração e alegria, sintetizou tudo criando sua obra prima: a mulher! Ele, Deus, entregou para ela todo o paraíso! Claro que ela logo dominou a situação e passou a mandar em tudo.
       Viveu na mais completa tranqüilidade até quando o Senhor apareceu e anunciou que completaria sua obra criando um ser, diferente dela, para ser o seu companheiro e, juntos povoarem o planeta.
       Ela protestou declarando-se totalmente contra!
       Deus perguntou por que, e ela respondeu com autoridade:
       --- Senhor Deus, eu mando aqui, como o Senhor sabe, e essa coisa chamada homem vai complicar a minha vida. No mínimo vai ser uma criatura preguiçosa, mandona e que vai querer que eu faça comida para ele! É bem possível que tenha a ousadia de pedir para que eu lave a folha de parreira que ele certamente usará!
     Definitivamente, Senhor, sou contra! No mínimo esse cara vai encher o meu saco!

         Deus sorriu e perdoou a falta de respeito dela e sentenciou:
       --- Pode até vir a acontecer tudo isso que você afirma, mas não esqueça que sou Deus. Vou dar-te algo de muito especial que fará com que continues mandando em tudo. O homem será submisso, recolherá os alimentos, a protegerá e no futuro, continuará fazendo tudo o que você mandar. Ele, no futuro, vai trocar os pneus do que será chamado de carro; se você souber usar o dom que te dei, conseguirás que ele trabalhe só para te sustentar. Enquanto isso você estará em casa assistindo o que será chamado de televisão e no bem bom! Você terá o direito até de reclamar se ele chegar tarde em casa, mesmo que prove que estava no trabalho!
      A ingênua da Eva acreditou em tudo!
      E Deus, em dia de nenhuma inspiração, criou o homem...
      A Vera Terezinha, olhando em volta, apontou o dedo em direção aos homens presentes e sentenciou: Olhem só que porcarias Ele criou!...
       O Paulo Roberto, esquentado como ele só, pediu a palavra e falou:
       --- Pois bem, eu não queria contar toda a verdade, a verdade verdadeira! Aquela que todos sabem muito bem que foi como tudo aconteceu!
       Deus, o Todo Poderoso, criou a terra, o céu, o mar, a natureza toda e os animais. E, completando a sua obra maravilhosa, criou o homem tanto para enfeitar o Paraíso, como para mandar em tudo, ser o amo e senhor de todas as coisas no planeta!
   Adão, esse foi o nome que Deus deu para a sua obra prima, o ser mais completo e bonito que Ele criou em todo o universo passou a desfrutar de tudo, ou quase tudo, pois sentiu falta de uma linda companheira para desfrutarem juntos de tanta coisa boa.
   Ele chamou Deus e pediu que Ele criasse um ser para dividir com ele o paraíso.
         O Senhor, apesar de muito cansado, pois acabara de criar todas as galáxias, concordou em realizar a vontade de Adão. Para efetivar o surgimento de um novo ser, apesar de ele achar que, com o homem, sua criação estava completa, concordou. Fez Adão dormir e retirou-lhe uma das costelas. Sentou-se à sombra de uma bela árvore, recostou-se e começou a fazer, da costela sangrenta, a mulher...
         Acontece que Deus, sendo muito idoso, sentiu sono e cochilou um pouquinho, tendo em uma das mãos a costela. Para complicar as coisas, um cachorro apareceu e arrancou da mão de Deus o pedaço de osso ainda sangrando.
         O todo Poderoso acordou e logo passou a perseguir o cão. Corre daqui, corre dali e o cachorro começava a tomar distância. Foi quando Deus deu um salto e segurou o animal pelo rabo. Como o animal fora feito há pouco tempo, a cauda foi arrancada e o cão sumiu no mundo.
         O Todo Poderoso, para não perder tempo, fez a mulher da cauda do cachorro mesmo! – Paulo dá uma sonora gargalhada!
--- Como “le diche” – grita bem alto o Jorge Lugones, com sotaque boliviano – “Entonces” esse é o motivo, a prova que faltava, do porquê que “la mulleres” caminham rebolando as cadeiras”!
         Foi uma gritaria só. Ninguém mais se entendeu e o resultado final foi que, na manhã do dia seguinte o grupo voltou para Brasília quase em silêncio.
O único fato digno de registro foi o de que as mulheres caminhavam a passos firmes, sem rebolar! Seria, por acaso, para não confirmar o que dissera o Professor Lugones?...
         Como não houve acordo entre os casais, vocês, que leram este conto, desejam emitir opinião?
Como autor, reservo-me o direito de não tomar partido. Deus é o Criador do Universo e tudo que existe nele e pronto!
                  

                                                             F I M

















O “MULHERÓLOGO”

O Ismar, cidadão de 35 anos, é um comerciante no bairro Cruzeiro Velho, na cidade satélite do Cruzeiro, Distrito Federal. Os que o conhecem consideram-no como um profundo conhecedor de tudo que diz respeito às mulheres. Sempre que conversa com os clientes que gozam de sua amizade, ele fala de um assunto qualquer, mas que envolva mulheres.
Ao fazer compras em sua loja, no último sábado, ele acompanhou-me até a frente do estabelecimento. Logo percebi que queria falar de mulheres. Não deu outra. Contou-me que seu primo Francisco, um cearense de 20 anos, que trabalha no turno da tarde em uma empresa de vigilância, vive reclamando das mulheres de Brasília.
O rapaz está muito decepcionado! Diz que as mulheres daqui são muito difíceis de conquistar. Reclama que há mais de seis meses não consegue nem chegar perto de uma mulher.
Nesta semana saiu todas os dias, na parte da manhã, para tentar namorar. Na última sexta-feira, eram cerca de nove horas da manhã, ele passou na loja para falar comigo, claro, para reclamar das mulheres, quando o acompanhei até a frente do estabelecimento, vinha passando uma garota morena, vestindo uma mini-saia bem curta, cabelos compridos e pernas lindas. O Chico saiu atrás da moça, mas logo retornou, cabisbaixo, reclamando da vida:
--- Viu só, primo! Não sei por que, mas as mulheres não estão mesmo a fim de namorar! Essa mina, quando cheguei perto e a convidei para dar uma volta, olhou-me como se estivesse com raiva e jogando o cabelo para um lado, falou quase gritando: “Vai te enxergar, cara! Que nojo! A esta hora da manhã? Quem você pensa que eu sou?”
--- Ora, Chico – interrompi - você precisa aprender muito sobre as mulheres. Presta atenção! Os seres humanos femininos somente são mulheres, na acepção completa da palavra, a partir da tarde! Pela manhã todas elas são simplesmente pessoas femininas, preocupadas apenas com a sua beleza, com sua aparência.
Essa garota não deve ter dormido bem à noite que passou. Assim ela não tem qualquer interesse por homens! Só na parte da tarde é que começará a “enxergá-los”. Somente à noite é que elas são mulheres!...
--- Bem, primo, já que não existem mulheres na parte da manhã, vou mudar meu horário de trabalho.
--- Ouça bem, Chico, qualquer dias desses vou te ensinar alguns truques para você impressionar as mulheres.
      Olhando-me com um ar de intelectual, perguntou:
     ---Medeiros, você, por acaso, sabe qual é o ser humano mais complexo mundo? Respondi que não.
         Ele sentenciou solenemente:
    ---  Entre os seres criados por Deus, entendo que o mais complexo de todos é a mulher. A complexidade é tanta que nenhum homem, até hoje, conseguiu entender completamente as mulheres. Os que acreditavam compreendê-las e dominá-las, mantiveram junto de si apenas um ser feminino infeliz, sofredor e incompleto.
Sigmund Freud, o pai da psicanálise, em um de seus últimos dias de vida, já não falava, comunicando-se apenas por escrito, grafou um bilhete, que saiu publicado no The New York Thimes, em 2005, ele diz: “Passei mais de vinte anos de minha vida estudando a mente feminina. Foi a mais difícil e complexa das minhas tarefas! E finaliza escrevendo em letras de forma: MAS AFINAL, O QUE É QUE A MULHER QUER, HEIN?”.
Não quero que pensem que sou melhor no assunto mulher que esse Freud, mas eu entendo de mulheres! Considero-me, modéstia á parte, um autêntico “mulherólogo”.
Dei uma boa gargalhada, e argumentei:
---Meu bom e querido amigo Ismar, se Freud não conseguiu saber o que é mesmo que a mulher quer, não vou afirmar que as entendo. Prefiro ficar com a conclusão a que cheguei faz algum tempo, pois sou casado há 54 anos, e o que é importante, com a mesma mulher: Para mim, as mulheres não vieram ao mundo para serem compreendidas, mas somente para serem amadas! Ao homem resta se esforçar para amá-las e manter uma boa convivência com elas!
Bastante surpreso com mais essa teoria do Ismar, voltei para minha casa pensando: apesar de me considerar um grande apreciador da espécie feminina, não havia pensado nelas sob o ponto de vista do Ismar, que pela manhã as mulheres são diferentes! E, mesmo sabendo que elas são indecifráveis, pois se nem Sigmund Freud conseguiu entendê-las integralmente, vou continuar com o meu ponto de vista: As mulheres são mulheres 24 horas por dia, 30 dias por mês, 12 meses por ano. Nós, os homens é que nem sempre temos a devida competência para atrair a atenção delas.

 (“Mulherólogo” – Neologismo).   
G A F E S
TODO CUIDADO É POUCO

Para evitar gafes pessoais no convívio em sociedade a primeira coisa a fazer é procurar saber qual é o nível cultural e financeiro dos participantes e organizadores do evento.
         Isso para que a festa acrescente alguma coisa boa na vida e não aconteçam situações embaraçosas.
         Sempre que aparecer uma chance de participar de algum “ágape”, com gente que não temos relacionamento, precisamos saber se estamos no mesmo nível dos convivas que lá estarão.
Este procedimento evita gafes como aquela que já é de domínio público, que envolveu um cidadão de parcos recursos financeiros e intelectuais, que conseguiu a duras penas ser “convidado” para uma recepção na residência de um empresário muito rico.
         Adentrando ao local, foi conduzido até um salão decorado com belas obras de arte e móveis condizentes com a fortuna dos anfitriões.
         Mais de uma hora passou e o “convidado” encontrava-se absolutamente solitário, apesar do local estar repleto de gente.
         Até os garçons passavam rápidos por ele o que impedia de servir-se dos finos canapés.
Após várias tentativas, finalmente conseguiu servir-se de uma generosa dose de vodka.
         Com o copo na mão, aproximou-se de algumas obras de arte e permaneceu ali, procurando saber porque os ricos gastam tanta grana comprando obras de difícil entendimento e de, na opinião dele, de muito mau gosto.
         Algum tempo ali, um tanto absorto em pensamentos, e uma senhora de meia idade aproximou-se dele e procurando conversa, perguntou:
--- É a primeira vez que o senhor comparece a uma festa aqui?
--- Sim. Recebi o convite através de um amigo desta família.
--- Como o senhor está se sentindo? Está gostando?
--- Bem, -- pigarreou, meio sem jeito – para ser franco com a senhora, depois que fui recebido na porta, pelo mordomo, a primeira pessoa que se aproximou de mim foi à senhora...
         Como a mulher não continuou o assunto, já aflito tentou conversar:
--- Lindos quadros estes! Verdadeiras obras de arte – sentenciou procurando demonstrar erudicidade quanto as artes plásticas:
--- Concordo plenamente com o senhor ---falou baixinho após ingerir um belo gole de campari.
         Desesperado para manter a rica senhora ao seu lado, procura acentuar mais a sua “erudicidade”:
--- Aliás, nem todos os quadros daqui podem ser classificados como de grande valor artístico. Por exemplo, aquele ali, que retrata uma velha com cara de poucos amigos e que mais parece uma bruxa da idade média...
--- Cidadão! – quase gritando e olhando com fisionomia alterada – aquela senhora é minha mãe quando tinha 60 anos!
         Percebendo o grave erro, procurou remediar:
--- Perdão, senhora. Deixe-me olhar mais de perto... – e como se fosse completamente míope, admira o retrato e fala com voz fraca:
--- Engraçado! Olhando bem de pertinho percebe-se que é uma pessoa simpática, bonita, até!
         Quando ele olhou para trás, a sua interlocutora havia sumido.
         Como um autômato, moveu-se nos calcanhares e saiu apressado em direção à porta. Tinha tanta pressa que só se deu conta de que ainda estava com o copo de whisky na mão quando tentou abrir a porta do carro.
         Jogou a bebida fora e deixou o copo no meio fio. Entrou no carro e saiu ligeiro, prometendo a ele mesmo nunca mais freqüentar festas de gente rica.

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COISAS DE SATANÁS


         O Domingos é um rapaz forte, com um metro e noventa de altura, moreno, 23 anos, casado, mecânico competente, empregado em uma pequena empresa no setor de oficinas sul, no Distrito federal, anda preocupando os parentes e amigos, além de quase levar ao desespero a esposa, Maria, 19 anos, morena clara, um metro e setenta de altura, corpo bem formado, que trabalha como empregada doméstica.
Ela veio de uma família religiosa, praticante de cultos evangélicos, em uma igreja localizada no bairro onde reside.
         Nos últimos tempos Domingos vem sofrendo assédio de “algo ruim” que o tem levado a praticar atos contrários as leis da igreja evangélica freqüentada pela esposa.
Esse é o motivo que ele alega para não acompanhar Maria aos cultos.
         Em verdade, tudo começou a cerca de seis meses. Ele saíra para o trabalho e, ao constatar que não levara os documentos solicitados pelo dono da oficina, para fixa-lo como funcionário mensalista, voltou em casa para apanhá-los.
Ao chegar em casa notou que a prima da esposa, garota levada nos seus dezoito anos, morena de lábios carnudos e corpo bem modelado, fazia a limpeza da casa. Ela vestia um short tão curto que colocava a vista “as partes”, além de uma blusa transparente que destacava os seios volumosos, livres.
         Nesse momento, alega o Domingos, sentiu um forte cheiro de enxofre e satanás o dominou completamente.
         A garota também deve ter sofrido a influência do “coisa ruim” pois logo estavam fazendo amor na cama do casal.
         Por essas coisas que só o “Demo” explica, a mulher de Domingos teve de voltar para casa; a residência onde iria trabalhar nesse dia estava fechada por motivo de viagem da dona da casa.
         Chegando em casa surpreendeu o casal em pleno ato sexual!
         Ela gritou enraivecida com o marido
---Domingos, o que é isso?
Assustado ele saltou da cama caindo no chão, retorcendo-se todo e gritando palavras estranhas. Em um dado momento levantou-se e olhando nos olhos da esposa, grita raivoso:
---“Sou o Satanás! Você veio perturbar o meu trabalho! Saia da minha frente!
         Maria, crente em Jesus e temente do demônio, assustada ante os olhos arregalados e a fisionomia transtornada do marido, ajoelhou-se e rezou:
---Jesus, meu Senhor! Salve o meu marido das garras do satanás!
         Domingos fingiu acordar-se e com o maior descaramento do mundo perguntou:
---O que está acontecendo aqui? Quem sou eu? O que você está fazendo esta hora em casa, Maria?
         A mulher levanta-se do chão onde se ajoelhara e grita:
---Graças ao Senhor! Satanás foi embora! Meu marido voltou!
         A sobrinha já correra para o banheiro e Domingos abraçou a mulher e agradeceu por ela lhe ter salvo das garras do coisa ruim.       
Passaram-se algumas semanas e Domingos, depois de fazer amor com a mulher, quando bebia um gole de pinga, no gargalo da garrafa, esperando reanimar-se para um novo ato sexual, volta-se e abraça a mulher e falando em seu ouvido, pergunta:
---Minha querida, você ficaria brava comigo se eu te contasse um segredo?
---Pelo amor que sinto por você, - sussurra, entre um suspiro e outro - garanto que não ficarei brava.
         Falando baixinho junto ao ouvido de Maria ele afirma que a ama muito, e conta:
---“Querida, o Satanás voltou esta semana, quando a tua prima veio fazer a limpeza da casa”... Mas ele prometeu para mim que não viria mais me perturbar!
         Maria abraça-se ao marido, e beijando-lhe ardentemente,  responde:
---Que bom, querido, que ele não vai mais voltar! No próximo culto  agradecer muito por mais essa graça alcançada.


                                      F I M





MISTÉRIO NO BAR DO LIMOEIRO

O “Marcius” - pseudônimo de um freqüentador assíduo do Bar do Limoeiro - até hoje não explicou porque, em um domingo pela manhã, apareceu sentado em uma cadeira de rodas, com os dois tornozelos enfaixados.
         Dizem, as más línguas, que o “garoto”, que é pai de dois filhos, estaria escondendo a verdade sobre esses ferimentos.
         Um grupo de amigos está investigando os fatos, para saber a verdade e, é claro, contar para os leitores.
         A primeira pista aponta para um par de sandálias femininas de saltos muito altos, encontrado em baixo da cama dele.
         Pergunta daqui, indaga dali, e ao que tudo indica o “acidente” teria acontecido mais ou menos assim:
         Era um sábado com clima ameno, ele havia tomado umas que outras, quando resolveu sair para uma “balada”, em um centro comercial próximo ao Conjunto Nacional. 
         Ele teria colocado uma mini-saia bem curtinha, uma blusinha “tomara que caia” bem transparente, peças tomadas emprestadas da irmã, bem como as sandálias de salto bem alto.
         Uma das pistas investigadas apontam para o exagero de requebrados durante a dança de um forró “arretado”, ao som de um trio nordestino, que se apresentava para os “garotos alegres”.
         Bem, mas não vamos fazer julgamentos precipitados, pois as investigações ainda não foram encerradas e o inquérito está em andamento.
         Prefiro acreditar que as informações obtidas nessas investigações são obra de inimigos políticos ou invejosos!
         Ele jura que o que ocorreu foi um acidente doméstico, e que nem saiu de casa naquele sábado fatídico.
         Você, amigo leitor, tem opinião formada sobre os tornozelos enfaixados do “Marcius”?
 Agora ele apareceu com o braço esquerdo na tipóia.
Seria efeito de nova balada no Conic?

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