sábado, 15 de janeiro de 2011

A IDADE DOS “...ENTA”

O Brasil de hoje sabe que  assistência social não é só “dar o peixe” mas, principalmente, “ensinar a pescar” !
            Como o segmento idoso tem muita pressa, por razões óbvias, urge o aparecimento de ações concretas que façam desaparecer os preconceitos e as discriminações que vêm atrasando a entrada de nosso país na comunidade das nações que protegem os idosos, preservando as gerações que construíram os tempos em que vivemos hoje.
            O estudo do envelhecimento humano ainda não chegou, na intensidade desejada, até os bancos escolares. Pouquíssimas universidades oferecem cursos nessa especialidade e, os poucos existentes não recebem a devida divulgação na grande mídia. O ideal seria que a Gerontologia Social fosse ensinada em todos os níveis de ensino, propiciando assim a formação de um maior número de técnicos.
            Ao sabermos que é inexorável o envelhecimento, devemos conhecer o que nos espera ao aproximarmo-nos dos quarenta anos. Essas informações estão ao alcance de todos através da Gerontologia Social, ciência que ajuda a vencer os desafios que começam a aparecer na vida dos que entram na fase do envelhecimento ou daqueles que já chegaram lá.
            Para os desavisados, cuja vida agitada não deu tempo sequer para pensar no seu futuro como ser humano, aqui estão alguma informações úteis: O surgimento de sintomas como fios de cabelo branco e o aparecimento de um certo cansaço físico no fim do dia, são indícios concretos de que a juventude plena está dando lugar ao amadurecimento, o que antecede a chegada do envelhecimento.
            O mito criado pela desinformação de que os homens, com a chegada do envelhecimento  devem reduzir as atividades sociais, desinteressar-se por sexo, voltar para casa, vestir um pijama, aprender a fumar cachimbo e ficar ao lado da mulher que está fazendo tricô sentada em uma cadeira de balanço, precisa ser vencido.
            Esta sentença vale também para as mulheres, ressalvadas as diferenças óbvias, já que algumas delas, por desconhecimento dos ditames da Gerontologia Social, ao alcançarem as idades dos “entas!, ou seja: quarenta, cinqüenta, sessenta anos, etc., começam a achar que o marido ou o namorado já não a está olhando como o fazia há alguns anos, e começam a se sentirem velhas! Não é nada disso. A chegada dessa fase trás em seu bojo experiências importantes sobre a vida, e muitos, muitos desafios!
             É fundamental que estejamos conscientes de que a chegada da idade dos “entas” é aquela fase que permitirá colocar em prática os ensinamentos recebidos, e como seres fortes e decididos,  conquistar o direito de desfrutar de uma vida equilibrada e ativa em todos os sentidos..
            O Brasil, que entrou na globalização tentando igualar-se aos demais países do mundo, precisa também acompanhar o que se faz lá pelos idosos, tendo em vista que dentro de trinta anos seremos a sexta população idosa do mundo.
            Dados fornecidos pelo IBGE informam que hoje o nosso país possui 16.023.231 pessoas com mais de 60 anos, representando 9,8 %, e nossa projeção indica que em 2030 teremos 53.285.360 idosos, que representarão cerca de 25 % do total de brasileiros.
            Em 2006, algumas projeções já indicam cerca de 17 milhões e 600 mil idosos no Brasil.
            Ou o Brasil se apressa em suas ações ou acontecerá o que previu perante a Subcomissão Permanente do Idoso do Senado Federal o médico Geriatra, Presidente da Sociedade internacional de Gerontologia e professor de Geriatria da UnB, Dr. Renato Maia Guimarães: “ ...se não forem adotadas providências urgentes em favor da valorização dos idosos, chegaremos ao Terceiro Milênio tendo além de crianças de rua, idosos de rua!”.

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