quinta-feira, 19 de junho de 2014

A APOSENTADORIA CHEGOU

          Após completar 78 anos de idade e haver trabalhado ininterruptamente por 64 anos, tendo a primeira carteira profissional assinada aos 14 anos de idade, tomei uma decisão que jamais havia se quer pensado que chegaria esse dia: No dia trinta e um de janeiro de 2012 voltei para casa, agora aposentado.
          Uma experiência apaixonante. Estou vivenciando a aposentadoria, uma prática que  ensinei desde 1986 utilizando a teoria para fazer palestras, escrever artigos em jornais e nos cinco livros publicados, além das muitas entrevistas em rádios e televisões, sempre procurando mostrar como é possível viver bem com a família após os muitos anos que passamos trabalhando.
Acontece que ficamos longe da família, ligado ao trabalho por cerca de 80 por cento de nosso tempo, pois saímos de casa para trabalhar antes das oito horas e na maioria dos dias voltamos a noite.
Confesso que na teoria é muito mais fácil de se adaptar a nova vida, agora de ociosidade e tempo disponível para o lazer e ás importantes e difíceis tarefas de participar do dia-a-dia da esposa, filhos, netos e bisnetos.
Os primeiros três meses da vida no conhecido “Dolce far niente” que, traduzido é na verdade o “é doce não fazer nada”, foram muito difíceis.
Acordava pela manhã preocupado para saber o que tinha para fazer. E em algumas manhãs saltava da cama com a sensação de que já estava atrasado para ir trabalhar!
 Foram necessários mais de dez meses para que pudesse vivenciar cada momento dos meus dias em casa para buscar uma convivência de companheiro, parceiro e auxiliar direto nas tarefas diárias de dona de casa de minha esposa.
É isso mesmo, ela mandou em nosso lar durante 57 anos sem a minha participação diária. Ela foi a toda poderosa durante esses anos todos e é impossível substituí-la no comando geral. Só dá certo mesmo quando entramos apenas como participantes sem modificar a sua rotina diária de comandante.
           Agora exerço a função de “motorista da madame” e respondo para todos que me perguntam se estou gostando de viver aposentado: “Estou amando...” O que traduzido esclarece: É ela que me manda na Farmácia, manda no Super mercado, manda comprar o jornal, e algumas coisas mais.
É uma nova e magnífica oportunidade de desfrutar a vida.

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