COMO VIVER “DESAPOSENTADO”
O
Brasil em 2005, segundo o IBGE, possuía 18.214.000 idosos.
Em
2008 já eram mais de 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos!
O
Distrito Federal, em 2005, possuía cerca de 120 mil idosos.
Em
2008 o número de pessoas com mais de 60 anos eram mais
de 177 mil.
Hoje, no Distrito Federal, vivem mais
de 199 mil pessoas com mais de 60 anos.
Um privilégio da capital dos brasileiros:
Noventa e nove por cento dos idosos ainda vivem junto de suas famílias.
Precisamos lutar por políticas sérias,
que efetivamente valorizem as pessoas idosas, criando oportunidade para eles
possam exercer sua cidadania sem usar de assistencialismos ou paternalismos!
Lendo uma revista de palavras
cruzadas, um ótimo exercício para a mente, encontrei em um artigo do escritor
paranaense Domingos Pellegrini, que transcrevo na íntegra, para tentar me
integrar à luta pelos idosos brasileiros.
O título do artigo é DESAPOSENTAR:
“Um homem idoso chegou à praça com uma
marreta. Endireitou a estaca que apoiava uma pequena árvore e firmou batendo
com a marreta. Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra
de arte. Não resisti e puxei conversa:
---O senhor é da prefeitura?
--- Não. Sou da Alice, faz quarenta e
dois anos. Alice é a minha mulher.
--- O Senhor é que plantou essa muda?
---Não, foi a prefeitura. Uma árvore
velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa
estaca aí. Olha que beleza, já está toda enfolhada. De tardezinha eu venho
regar...
--- Então o senhor gosta de plantas.
--- De plantas, de bicho... Até de
gente eu gosto meu filho!
--- O senhor é aposentado?
--- Não. Sou DESAPOSENTADO! Quando me
aposentei, já tinha visto muitos colegas aposentar e murchar que nem árvore!
Fez
uma pausa, respirou fundo, e continuou:
--- Mas então, eu já vi muitos se
aposentarem, colocar chinelos, bermuda e vivendo dentro de casa, frente à
televisão. Vagabundando e engordando! Até que um dia enfartou ou o derrame os
levou, Tudo por não fazerem nada, a não ser falarem em doenças...
Pegou uma tesoura que trazia à cintura, colheu algumas flores do jardim
ao lado, olhou-me com olhar trigueiro e sentenciou:
--- Estas flores são para a minha menina,
a Alice. Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flores
para ela! Ah, ela também é aposentada. A minha Alice ajuda na escola de nossa
neta, ensinando a merendeira a fazer doces com pouco açúcar e salgados com os
restos de legumes que antes eram jogados fora. Ela também ajuda na creche, no
hospital... A Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda,
nem tem tempo para pensar em doenças!
Ele deitou o buquê em cima de um
banco, e contou:
--- Para regar as mudas eu tenho que
trazer lá de casa um balde cheio de água. Esses dias eu fui à prefeitura para
pedir que colocassem uma torneira aqui na praça. Disseram que não, se não o
povo ia beber água e deixar vazando. Argumentei que colocassem uma torneira com
uma grade e cadeado, que eu cuidaria. Uma torneira pública sob os cuidados de
um particular, não pode! Saí da sala antes que me fizessem preencher um
formulário em três vias com firma reconhecida, para fazer o que faço aqui desde
que DESAPOSENTEI.
É admirável ver alguém com tanta idade
e tanta esperança e confiança na vida, falei sorrindo. Ele respondeu com
fisionomia um tanto séria e um tanto com malícia:
---Se é admirável eu não sei, filho,
só sei que é muito gostoso! Agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice para
a gente caminhar. Vida de DESAPOSENTADO é assim: o dinheiro é curto, mas o dia
pode ser comprido, se a gente não perder tempo!”
Fica a sugestão: Não permita que o
vírus CRTC o contamine, pois ele mata em cerca de dois ou três anos.
Esse vírus é a rotina CAMA, RÁDIO,
TELEVISÃO E CAMA! Vacine-se contra esse mal: Reintegre-se na vida familiar e na
comunidade, reativando assim a sua vida.
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