sábado, 19 de fevereiro de 2011

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

DISCURSO PROFERIDO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

Professor
João Batista de Medeiros

“DEPUTADO DISTRITAL
POR
UM DIA”

DIA 28 DE NOVEMBRO DE 2008

Excelentíssimos senhores  “Deputados Por Um Dia”
Excelentíssimas Senhoras “Deputadas Por Um Dia”

Demais autoridades...

A comunidade idosa brasileira começa a mostrar o efeito do trabalho dos técnicos em envelhecimento humano.
Antes de 1986, a imprensa, quando falava de idosos, mostrava pessoas tristes, em cadeiras de rodas ou abandonados em asilos. Agora temos idosos aparecendo até em propagandas comerciais, sorridentes e felizes.
 Nas comunidades do Distrito Federal, desde 1986, quando criei o primeiro Grupo Comunitário de Terceira Idade, encontramos um grande número de idosos participando ativamente de eventos sociais e até esportivos.
         O Distrito Federal conta hoje com cerca de 150 mil pessoas com mais de 60 anos. Desse total, 99,04 por cento ainda vivem com seus familiares ou parentes, o que é um privilégio.
É inaceitável que alguém pense que os idosos precisam apenas de ajuda social, de bengala, de pijama, de serem tratados como vovozinha e vovozinho, de coitadinho ou coitadinha, e que para eles só se deve oferecer asilos e caridade.
A Gerontologia Social e a Medicina Geriátrica provam que os envelhecidos precisam apenas de oportunidades para reintegrarem-se à vida social.
Os parentes e familiares de idosos devem oferecer oportunidades para que eles participem de todas as fases da vida familiar.
Segundo projeções baseadas nas atuais taxas de natalidade e mortalidade, do IBGE, em 2020 os idosos já serão 18,02% da população; e, em 2040 eles já serão 25,08% da população do nosso país.
A minha história de vida com os idosos do Distrito Federal começou em 1986, após participar do Primeiro Curso Internacional de Gerontologia, patrocinado pela ONU e realizado pelo SESC, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, decidi reunir idosos, em suas próprias comunidades, para saber o que eles desejavam fazer, pois aprendi que para idosos não devemos dar ordens.
Tudo começou mesmo foi no dia 15 de outubro de 1986, no Centro de Saúde número 09, do Cruzeiro Novo. Foi lá que criei, com a colaboração da Enfermeira Vera Terezinha Silveira da Silva, o primeiro Grupo Comunitário de Terceira Idade, no Brasil, que escolheu o nome de Grupo Fraternidade.
Nunca mais parei, pois de 1986 até dezembro de 1998, assessorei cinco Governadores: Doutor José Aparecido de Oliveira, com quem criei a AETI; seguiram-se Joaquim Roriz, Wanderley Vallim, Joaquim Roriz e Cristovam Buarque, com quem criei a Subsecretaria Para Assuntos do Idoso.
Em 1999, com a volta ao poder do Governador Joaquim Roriz fui demitido sem qualquer explicação. Nesse mesmo ano fui convidado pelo então Senador Luiz Estevão, para ser seu assessor junto a Subcomissão Permanente do Idoso do Senado Federal, onde estive até 31 de janeiro de 2011.        
De todo esse meu trabalho com idosos aqui no Distrito Federal, restou-me a alegria do grande número de amigos idosos que, até hoje, lembram de mim, cobrando-me para que eu volte a trabalhar com eles.
Eu respondo sempre que não depende de mim, mas do Governador do Distrito Federal, pois ele é quem sabe o que é bom para os idosos do Distrito Federal. Se um dia ele me chamar...
Bem, continuando: Eu fico muito feliz quando vejo pela imprensa que as nossas iniciativas com idosos aqui em Brasília, estão sendo copiadas em vários estados brasileiros.
Em quase todos os Estados estão funcionando Conselhos Estaduais e Municipais de Idosos; Grupos Comunitários de idosos, e realizando eventos semelhantes àqueles que nós criamos e realizamos aqui, como Jogos Abertos da Terceira Idade, Baile de Debutantes da Terceira Idade, Bailes de Carnaval da Terceira Idade, Festa Junina da Terceira Idade e tantos outros.
Aproveito para dar um forte abraço a todos os voluntários que estão à frente dos Grupos de Idosos, como Coordenadores ou Presidentes, e meus sinceros votos que todos estejam defendendo o ideal de trabalhar com idosos voluntariamente.
Pois, o trabalho com idosos tem que ser: COM ELES, POR ELES E PARA ELES”. Ou seja: Os idosos sendo os únicos beneficiados!
Almejo que esses líderes sempre trabalhem pela valorização dos idosos, sem assistencialismos ou paternalismos. Objetivando oferecer oportunidades para que os idosos possam exercer a cidadania plena!
Espero que os Presidentes de Associações e os Coordenadores de Grupos de Terceira Idade, se unam, convocando reuniões para debater os problemas atuais que envolvem o funcionamento dos Centros de Convivência e de outros locais da comunidade onde os idosos se reúnem
          ALIÁS, OS IDOSOS PRECISAM SE DAR CONTA DA FORÇA QUE POSSUEM! HOJE SOMOS MAIS DE 150 MIL NO DISTRITO FEDERAL!
NÓS PODEMOS ELEGER DEPUTADOS E SENADORES, E AINDA DECIDIR, COM O NOSSO VOTO, A ESCOLHA DE UM GOVERNADOR...
MAS, SE FAZ NECESSÁRIO QUE OS IDOSOS SE UNAM, FAÇAM REUNIÕES PARA REIVINDICAR E CONQUISTAR OS SEUS DIREITOS!

Finalizo minhas palavras com uma oração que fiz dia 21 de setembro de 1987, na abertura do Primeiro Encontro de Terceira idade do Distrito Federal:

                  O R A Ç Ã O  DO  I D O S O
Senhor Deus, agradecemos pela vida que temos hoje!
E, como eternos pedintes que somos, rogamos a Vossa ajuda para os idosos do mundo!
Somos gratos, Senhor, pela família que temos, pelos filhos que merecemos, pelos netos que ganhamos e pelos amigos que conquistamos!
Nosso muito obrigado por estarmos aqui, repletos de felicidade e envolvidos pelo teu imenso amor!
Querido Pai, os cabelos brancos que hoje ostentamos, as rugas que marcam a nossa face, o corpo um tanto recurvado para frente e este sorriso que emoldura os nossos rostos, são diplomas obtidos na grande escola universal da vida!
E estes galardões, Senhor dos Mundos, colocam-nos a posição privilegiada de depositários de experiência e conhecimentos!
Aceite, bondoso Pai, o nosso preito emocionado e repleto de amor e atendei ao pedido que formulamos:
SENHOR, AJUDAI AOS MILHÕES DE PESSOAS IDOSAS, COMO NÓS, A VIVEREM MELHOR, A SE RESPEITAREM, SE ENTENDEREM, E SE POSSÍVEL, SE AMAREM!

AMEM.
                         TENHO DITO!

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