quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A Idade em Poesias

IDADE
(João Batista de Medeiros)
Qual é a minha idade?
Não! Não estou preocupado,
Apenas um tanto confuso.
Afinal de contas
Que importância tem a idade?!
Em minha certidão de
Nascimento diz:
Nascido em fevereiro de
Um mil novecentos e
Trinta e três...
Hoje, não sei a minha idade!
Sinto recentes as imagens
De minha infância...
A escola, a namoradinha;
O primeiro emprego,
O segundo, o terceiro...
Mudei um pouco, externamente...
Os cabelos ficaram brancos,
As rugas apareceram,
Não jogo mais futebol!
Aliás, depois que “cinqüentei”
Nunca mais contei!...
Mas, continuo buscando,
Lutando, perdendo, vencendo,
Vivendo...
Interiormente nada mudou!
Hoje sei mais, sinto mais,
Entendo mais...
Que idade eu tenho?
Não é importante
Ter uma idade!
Basta amar e ser amado,
Respeitar e ser respeitado...
Idade? Deixa isso pra lá!
Eu sou eu...
E pronto!

A VIDA

(João Batista de Medeiros)
Um amigo afirmou:
Você parece feliz
Com a idade que tem!...
Não sente saudades
Da juventude?
Respondi sorrindo:
Eu sofrer por não
Ser mais jovem?
Não. Apenas lembro
Com alegria das
Travessuras, encantos e
Desencantos daqueles tempos.
Por que sentiria saudade?
Hoje sou muito feliz!
Construí e mantenho uma
Bela e unida família,
A grande maioria da
Sociedade compreende
As minhas ações...
Sinceridade? Mas,
Sinceridade mesmo?!
Nada tenho a reclamar da vida
Por ter envelhecido...
Apenas agradecer!
Claro que foi bom ser jovem!
Passou. Eu vivi a juventude,
Afirmo com convicção:
Como está sendo bom ser e viver como um idoso!
Ainda mais agora
Que tenho consciência
De minha cidadania,
Que vivo com saúde...
Meus cabelos brancos
Param o trânsito quando estou
Atravessando uma rua;
Pessoas me cumprimentam
Respeitosamente!...
Meu amigo eu estou
De bem com a vida!
E, tem mais uma coisa:
Pretendo viver por muitos anos
Assim!
F I M


ENVELHECER
(João Batista de Medeiros)
Quando criança, ouvi as minhas tias
Falarem, enraivecidas:
Meu sobrinho, não queira ficar velho!
Envelhecer é a pior coisa que existe!
Essas sentenças ecoaram em  minha mente
Durante toda a juventude.
O tempo passou e, ontem, olhei-me no
Espelho grande do quarto.
Que surpresa! Fiquei espantado!
Cadê o jovem atleta? Onde está o garboso
Mancebo de aspecto jovem de quem tanto
Orgulhei-me, por anos a fio?
Os cabelos estão brancos,
As rugas se destacam no rosto,
A pele está cheia de manchas!...
Será que envelheci?
Não me sinto velho!
Continuo disposto, alegre,
E de bem com a vida1
Minhas expectativas de vida são ótimas!
Gosto de me divertir, de cantar, de dançar...
Não senti a velhice chegar... Será que chegou?
Engraçado: tenho a figura de um velho,
Mas não me sinto velho!
Só porque estou assim, será que eu devo
Recolher-me a uma cadeira de balanço,
Esquecer tudo?...
Não! Isso não!
Vou esquecer o espelho!
Só me lembrarei de frases como estas:
A vida é boa para se viver!
E, viver bem a idade que a gente tem!
F I M

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